DO AMOR E DA NECESSIDADE
O que nos une ao casamento não é o amor, é a condição humana. O ser humano foi criado com a necessidade do outro.
É do ser querer um outro.
“Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora… e da sua costela lha trouxe. E exclamou o homem dizendo: Esta é, afinal, osso dos meus ossos e carne da minha carne… Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”.
Por isso…
por isso, o quê?
É pela necessidade do outro que o ser humano se une. É a necessidade, não o amor.
Deus condicionou o homem à mulher e vice-versa. Por isso buscamos os pares. alguém que supra nossos mínimos anseios.
A paixão é o desejo incendiado por aquele que na sua concepção vai suprir suas necessidades e conseguir preencher seu vazios.
O casamento acaba não é quando acaba o amor (pois o amor jamais acaba). O casamento acaba quando termina a necessidade. O relacionamento acaba quando o outro deixa de suprir seus anseios.
Deus nunca precisou mandar ninguém casar. Casar não é mandamento porque é do ser humano querer se juntar. Mas amar, não, Deus tem que mandar. Porque o amor não está em nós, casar sim.
Agente casa não é porque ama, é porque precisa – é um anseio da alma.
Se o amor fosse uma realidade intrínseca ao casamento, Paulo não diria: “Maridos, amai as vossas esposas”.
Agora, imaginem o casamento da Necessidade com o Amor. Ambas as realidades são contraditórias. A necessidade pensa no eu, o amor pensa no outro. Mas aí está o equilíbrio da coisa; e isso só cabe no casamento.
Então, o casamento não se sustenta pela necessidade nem pelo amor, mas pela necessidade e pelo amor.
Só o amor, não mantém o relacionamento. Isto porque o amor implica a morte do eu – o amor não tem necessidade de ser amado mas é a necessidade que reaviva o eu na medida e na dosagem certa como se fosse uma via de mão dupla.
acho que o que precisamos agora é do amor, porque a necessidade do outro nós temos mas o amor não, esse só Deus tem.
Precisamos do amor, logo precisamos de Deus.