POR QUE NÃO CRESCEMOS?
Nossa grande ilusão foi achar que terra e céu caberiam dentro de um mesmo coração. Ilusão achar que poderíamos pensar na mesma medida de tempo e espaço acerca de realidades tão antagônicas.
PARÁBOLA DO SEMEADOR
“…Os semeados entre os espinhos, são os que ouvem a palavra, mas os cuidados do mundo, a fascinação da riqueza e as demais ambições, CONCORRENDO, sufocam a palavra, ficando ela infrutífera. Marcos 4:18-19
CONCORRENDO:
Segundo Thais Pacievitch, Concorrência é a rivalidade que ocorre entre dois ou mais produtores que desejam vender seus artigos de mesma classe, ou entre vários consumidores que pretendem obter produtos de mesma espécie.
Jesus diz que os cuidados do mundo, a fascinação da riqueza e as demais ambições rivalizam com a Palavra dentro de nós; há uma verdadeira disputa dentro de cada um para ver quem ganha o controle da nossa vida. Realidades que competem entre si pelo mesmo coração. Nossa grande ilusão foi achar que terra e céu caberiam dentro de um mesmo coração. Ilusão achar que poderíamos pensar na mesma medida de tempo e espaço acerca de realidades tão antagônicas.
Do ponto de vista comercial a concorrência é a disputa entre produtores de um bem ou serviço que contenham as mesmas características com o objetivo de conquistar a maior parcela do mercado.
Achei interessante esse final da frase que diz: com o objetivo de conquistar a maior parcela do mercado. Ou seja, no que diz respeito às coisas espirituais, o objetivo é conquistar a maior parcela do nosso coração
Rivalidade, disputa, competição, são palavras que definem bem o nível de guerra dentro de cada um de nós.
1 – Os cuidados (as preocupações) com as coisas deste mundo:
Segundo Jesus, as coisas deste mundo tem a ver com comida, bebida, e o que vestir – Nossas necessidades naturais.
“Não andeis ansiosos quanto ao que haveis de comer, beber e vestir… Deus sabe que as necessitais.
Paulo diz: Gostaria de vê-los livres de preocupações. O homem que não é casado preocupa-se com as coisas do Senhor, em como agradar ao Senhor. Mas o homem casado preocupa-se com as coisas deste mundo, em como agradar sua mulher, e está dividido. Tanto a mulher não casada como a virgem preocupam-se com as coisas do Senhor, para serem santas no corpo e no espírito. Mas a casada preocupa-se com as coisas deste mundo, em como agradar seu marido. 1 Coríntios 7:32-34.
Antes, buscai o Reino de Deus e a sua justiça e as demais coisas vos serão acrescentadas. O Reino e sua justiça tem a ver com o que está escrito nos capítulos 5 e 6 de Mateus.
É impressionante a preocupação que Jesus tem em relação às coisas desta vida. São essas coisas, inclusive, que deixarão muitos desatentos quanto à vinda de Jesus:
“Certo homem estava preparando um grande banquete e convidou muitas pessoas. Na hora de começar, enviou seu servo para dizer aos que haviam sido convidados: ‘Venham, pois tudo já está pronto’. “Mas eles começaram, um por um, a apresentar desculpas. O primeiro disse: ‘Acabei de comprar uma propriedade, e preciso ir vê-la. Por favor, desculpe-me’. “Outro disse: ‘Acabei de comprar cinco juntas de bois e estou indo experimentá-las. Por favor, desculpe-me’. “Ainda outro disse: ‘Acabo de me casar, por isso não posso ir’. Lucas 14:16-20
“Assim como foi nos dias de Noé, também será nos dias do Filho do homem. O povo vivia comendo, bebendo, casando-se e sendo dado em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. Então veio o dilúvio e os destruiu a todos. Aconteceu a mesma coisa nos dias de Ló. O povo estava comendo e bebendo, comprando e vendendo, plantando e construindo. Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu fogo e enxofre do céu e os destruiu a todos. Acontecerá exatamente assim no dia em que o Filho do homem for revelado”. Lucas 17:26-30
2 – O engano (a sedução ou a fascinação) das riquezas:
Quem não sonha em ficar rico? Mas Jesus diz que há um engano na riqueza. Paulo diz para Timóteo no capítulo 6 da Iª carta, o seguinte:
“Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos”.
Enquanto o Espírito Santo deseja matar nossa cobiça, o dinheiro, porém, deseja bancá-la. O dinheiro banca nossa cobiça! desejos descontrolados e nocivos.
3 – A cobiça de outras coisas:
Jesus diz mais em Lucas 21.34, “Tenham cuidado, para não sobrecarregar o coração de vocês de libertinagem, bebedeira e ansiedades da vida, e aquele dia venha sobre vocês inesperadamente. Paulo fala II Tim. 4.3 e 4: Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, sentindo coceira nos ouvidos, segundo os seus próprios desejos juntarão mestres para si mesmos. Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos.
SUFOCAM A PALAVRA
Fica claro que a intenção do mundo e do diabo é sufocar a palavra de Deus dentro de nós. João diz que “o mundo jaz no maligno”. Jesus diz, “aí vem o príncipe deste mundo e ele nada tem em mim”.
Paulo deixa claro em Efésios 2. 1-3: “E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados, em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência. Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também”.
Há uma relação muito estreita entre o curso deste mundo e satanás; o curso deste mundo e nossos pecados; o curso deste mundo e a morte.
FICANDO ELA INFRUTÍFERA
Eis a razão porque há tanta gente fraca na fé. A vida cristã não é prioridade; é mais uma realidade dentre tantas outras. O coração dos cristãos está sobrecarregado por tantas preocupações que não há espaço para o fluir da Palavra dentro dele. Acho que perdemos o foco naquilo que é prioritário ou deveria ser prioritário.
Lembro da passagem em que Jesus teve fome. “E vendo de longe uma figueira com folhas, foi ver se nela, porventura, acharia alguma coisa. Aproximando-se dela, nada achou, senão folhas; porque não era tempos de figos. Então, lhe disse Jesus: Nunca jamais coma alguém fruto de ti! E seus discípulos ouviram isto. E, passando pela manhã, viram que a figueira secara desde a raiz. Mc 11:12-20”.
Figueiras são muito comuns na Palestina onde se pode encontrar pelo menos três espécies da planta.
– O figo precoce que amadurece no final de Junho
-O figo de verão que amadurece em Agosto
-O figo de inverno que é maior e mais escuro e também permanece na figueira por mais tempo, chegando a ser colhido, por vezes, na primavera.
Vale lembrar que na figueira, o que aparece primeiro são os frutos e depois as folhas. Portanto, e m uma figueira com muitas folhas, seria normal encontrar frutos. Vamos examinar o que diz os Evangelhos sobre o encontro de Jesus com a figueira infrutífera
Jesus e os discípulos seguem em direção a Betânia. Sabem qual região está situada entre Jerusalém e Betânia? O povoado de Betfagé. Muito provavelmente foi neste local que aconteceu a morte da figueira sem frutos. Betfagé significa “casa dos figos” um povoado repleto de figueiras! Mas uma delas chamava à atenção porque estava à beira do caminho e se mostrava promissora quanto aos frutos, apesar de não ser tempo de frutos. A cidade das figueiras foi onde Jesus parou para “saciar a fome” Mt 21:18, mas não encontrou um figo sequer.
Assim como o templo “casa de oração” havia se transformado em covil de salteadores em demonstração de hipocrisia religiosa, a “casa dos figos” também dava demonstração de hipocrisia ao demonstrar na aparência aquilo que não era. Assim como o templo de Jerusalém simbolizava os rituais farisaicos que externavam vaidade e desamor, sem frutificar para matar a fome dos necessitados de espírito, a figueira igualmente passava essa mensagem.
Aquela figueira sem frutos, mas com muitas folhas era um engano! Ela atraia os famintos, mas não saciava a fome. Verdade é que dava sombra, assim como dava sombra fazer parte do sistema religioso da época: status, regalias, fama, comodidade. Mas não bastava dar sombra, era preciso frutos, frutos!
“Um certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha, e foi procurar nela fruto, não o achando. E disse ao vinhateiro: Eis que há três anos venho procurar fruto nesta figueira, e não o acho; corta-a; por que ocupa ainda a terra inutilmente? E, respondendo ele, disse-lhe: Senhor, deixa-a a este ano, até que eu a escave e a esterque; E, se der fruto, ficará, e, se não, depois a mandarás cortar” ( Lc 13:6 -9).
Do mesmo modo fora o discurso de João Batista: “E dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus (…) E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus, que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento; E não presumais, de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão. E também agora está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo” ( Mt 3:2 e 7-10).
Qual é o fruto digno do arrependimento? Qual o fruto que certo homem foi procurar na figueira e não encontrou?
“Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniquidade”
Mt 23:28.
Como a figueira produziria fruto?
“… de mim é achado o teu fruto” Os 14:8.
“Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” Jo 15:5.
Ainda há muito o que falar….
Tarcísio Oliveira