É chegada a minha hora.
Jo 13.1-20
Essa frase foi dita por Jesus Cristo horas antes de sua morte. A partir daí inicia-se uma sequência horrorosa e angustiante de eventos que culminariam com a crucificação.
Que certezas internas Jesus carregava dentro Dele que o fariam suportar tais momentos dolorosos?
1 – Ele sabia de onde viera 13.3 (Passado)
Jesus sabia que viera de Deus; que fora gerado por Deus e que era plenamente filho de Deus. Em muitos momentos de sua vida o diabo tentou gerar em seu coração essa dúvida, usando a própria certeza como verdade duvidosa. “Se és filho de Deus, então…”. A resposta de Jesus como prova por mais verdadeira que fosse, naquele momento, não passaria de verdade autenticadora da dúvida. Há certezas autênticas, que muitas vezes servem apenas para mostrar a nossa insegurança. Não responder é a melhor resposta para quem sabe o que se é. Há silêncios eloquentes como palavras vãs.
Um segundo detalhe importante acerca dessa certeza é que saber que se vem de Deus, não significa necessariamente uma história marcada por coisa boas e positivas. Ser de Deus não significa que tudo vai dar certo. Que tudo será flores e bonitinho.
Jesus veio de Deus e Isaías 53.2-3 diz que Ele era como um raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos. Ser de Deus não significa ter a melhor aparência, o melhor cabelo, os melhores dentes, a melhor conta bancária, a melhor saúde.
Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.
Ser de Deus não significa ser amado por todos; não ser traído por todos; não ser desprezado injustamente por todos. Injustiça, inclusive, é a palavra que mais aparece na agenda dos que são de Deus. Jesus era homem de dores experiente nos sofrimentos. Sabia o que era sofrer. Conhecido muito tempo depois como o Servo sofredor. Mas era filho de Deus!
2 – Ele sabia para quê Ele viera ao mundo 13.3 (Presente)
“Jesus, sabendo que o Pai lhe entregara tudo nas mãos”
Diz o texto: “sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, e havendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”. João 13:1. Ele viera para amar e não para ser amado. Ele viera para servir e não para ser servido. Muito diferente de todos que ouço e conheço. O mundo virou uma plataforma de disputa entre quem merece mais atenção e mais amor. Ser amado, ser feliz, ser reconhecido, autoestima elevada, ter saúde, ser plenamente satisfeito, eis a razão da existência de muita gente. Com o nosso Mestre foi diferente!
“o Pai lhe entregara tudo nas mãos”, o que Ele fez? Serviu a muitos. Levantou-se da ceia, tirou o manto e, tomando uma toalha, cingiu-se.
Depois deitou água na bacia e começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido. Vs 4-8.
Ora, depois de lhes ter lavado os pés, tomou o manto, tornou a reclinar-se à mesa e perguntou-lhes: Entendeis o que vos tenho feito?
Vós me chamais Mestre e Senhor; e dizeis bem, porque eu o sou.
Ora, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros.
Porque eu vos dei exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também.
João 13:14,15
A comunidade do Cristo ressurreto tem Nele sua maior referência de vida. Jesus ensina com a própria vida que a vida é pra ser servida e não disputada. Servir e não ser servido: Lavar os pés uns dos outros, dar a honra ao outro e não a si próprio. Pensar não unicamente no que é seu propriamente, mas principalmente no que é do outro. Estamos no planeta terra para ajudar e servir os outros. Estamos no planeta terra para usar aquilo que Deus nos confiou a serviço dos que precisam. Isso é ministério; isso é missão de vida.
Maridos amam suas esposas, esposas se submetem aos seus esposos; filhos honram seus pais, pais amam seus filhos e os disciplinam em amor; patrões são justos com seus empregados e empregados honram seus patrões. essa é a comunidade do Deus vivo.
3 – Ele sabia para onde iria 13.3 (Futuro)
“…e para Deus voltava”.
“Portanto, nós também, pois estamos rodeados de tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com perseverança a carreira que nos está proposta,
FITANDO OS OLHOS EM JESUS, autor e consumador da nossa fé, o qual, pelo gozo que lhe está proposto, suportou a cruz, desprezando a ignomínia, e está assentado à direita do trono de Deus”. Hebreus 12:1,2. Pelo gozo que lhe estava proposto suportou o desprezo, a vergonha, a sua própria feiura, sua pobreza, falta de amigos,e tudo o mais que torna a vida um infortúnio. Sua esperança era firme como uma âncora porque não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a vindoura.
Hebreus 13:14
Assim foi com Abraão que pela fé, sendo chamado, obedeceu, saindo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia.
Pela fé peregrinou na terra da promessa, como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa;
porque esperava a cidade que tem os fundamentos, da qual o arquiteto e edificador é Deus.
Hebreus 11:8-10
Três verdades essenciais para quem quer suportar a angústia de sua hora:
De onde vim (Vim do Pai)
Para quê estou aqui (para ser como o Pai)
Para onde eu vou (vou para o Pai)
Em cristo,
Tarcísio Oliveira