Evangelismo ou Comercialismo?
Quem norteia as ações da igreja é o Espírito de Deus ou o espírito do capitalismo? estamos atrás de gente ou de cliente?
A lei do mercado baseia-se na relação entre o fornecedor e o cliente (ou consumidor), onde uma das máximas deste contexto diz que o cliente sempre tem a razão. Sendo assim, o fornecedor está para servir e cumprir as expectativas e demandas daquele que paga pelo produto, a saber, o cliente.
A todo custo queremos encher as igrejas e fazemos de tudo para manter a frequencia em alta. A minha pergunta é, por quê? e pra quê?
Se o que temos é um produto e não a vida, a propaganda vira a alma do negócio.
Jesus disse: Não contenderá, nem clamará, Nem alguém ouvirá pelas ruas a sua voz.
Mateus 12:19
Diferentemente do que se prega hoje, acho que temos que dá a chance das pessoas decidirem se querem ou não permanecer no caminho. Não podemos a todo custo mantê-las na igreja mesmo sabendo que estas pessoas não tem interesse e nem disposição alguma de renunciar a tudo quanto tem para seguir caminhando. não somos bajuladores de clientes, somos formadores de discípulos!
Jesus não pregava aquilo que agradava ou massageava o ego das pessoas para mantê-las nos seu grupo a todo custo, mas antes anunciava a verdade eterna de Deus – “Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isto, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir?”(João 6.60).
Jesus tinha uma ceteza: Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.
João 6:44.
E dizia: Por isso eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lhe for concedido.
Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com ele. E isso não gerou crise nenhuma nele.
Então disse Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos?
João 6:65-67
Jesus não bajulava ninguém, como se estiviesse precisando daquela platéia. o povo tem que entender aquilo que Pedro entendeu: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna.
João 6:68
“Certamente, deve ser por este motivo que algumas comunidades cristãs não pregam mais sobre o pecado, o juízo final, ou o confronto com o erro e o engano. Porque uma vez que, o pecador é uma espécie de cliente, ele agora precisa ser agradado, bajulado, e persuadido a continuar comprando uma religiosidade de mimos e agrados” – Diz Samuel Torralbo.
Medo de perder membros? A muito tempo que não sou mais assombrado por este fantasma.
Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.
Lucas 14:33
Ora, o reino de Deus é também uma escolha. as pessoas precisam ser confrontadas a decidirem o que querem. assim foi com o jovem rico: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me. E o jovem, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades. Disse então Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que é difícil entrar um rico no reino dos céus.” (Mateus 19:16-23)
Igualmente, o Reino dos céus é semelhante a uma rede lançada ao mar e que apanha toda a qualidade de peixes. E, estando cheia, a puxam para a praia e, assentando-se, apanham para os cestos os bons; os ruins, porém, lançam fora. Assim será na consumação os séculos: virão os anjos e separarão os maus dentre os justos. Mateus 13.47 – 51
Há que se fazer uam escolha! Não podemos manter uma igreja cheia às custas do discipulado, apenas para que a nossa imagem como pastor de igreja grande seja mantida entre os melhores da cidade.
Somos pastores, não empresários do Reino. Falamos de igreja, não de empresas. Formamos discípulos, não clientes.
Em Cristo, que nos dá sempre a chance de secolhermos,
Tarcísio Oliveira